quarta-feira, 20 de março de 2013

Leandro Bizetto mostra indignação contra ato do secretário de Saúde

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Visita suspeita ao HC entrou na pauta do vereador Leandro Bizetto que protestou contra prevaricação de gestor municipal


A primeira sessão noturna da 12ª legislatura realizada nesta terça-feira, 19, contou com um aquecimento no debate. A moção de repúdio de autoria do vereador Leandro Bizetto (PSDB) que condena a postura mentirosa adotada pelo atual secretário de Saúde, Antenor Gonçalves, foi o ponto alto da noite.

Em seu pronunciamento, o vereador detalhou sua motivação para apresentar a moção. Ele explicou que no dia 11, por telefone, recebeu uma denúncia sobre dois supostos membros do Ministério Público (MP) que teriam ido ao Hospital de Clínicas Campo Limpo Paulista (HC), retirado documentos e afirmado que o mesmo seria fechado.


No dia seguinte, como tinha agendamento com o secretário de Saúde, Bizetto questionou sobre o que, de fato, teria ocorrido. A explicação de Gonçalves, segundo Bizetto, foi que não se tratavam de membros do MP mas, sim, fiscais do Ministério da Saúde (MS). A visita, de acordo com o secretário, era para checar procedimentos corriqueiros. Um exemplo citado foi referente ao equívoco na atribuição de gênero para uma cirurgia de vasectomia que teria sido atribuída a uma mulher.


Ainda em sua justificativa ao vereador, o secretário contou que o prefeito José Roberto de Assis teria ligado inúmeras vezes para saber o que estava acontecendo. A resposta dada ao superior imediato foi que os supostos fiscais do MS foram conhecer o hospital municipal.


Investigação
Não satisfeito, o vereador Leandro e o presidente da Câmara, Flávio Cardoso de Moraes, Geada (PV), passaram a investigar mais detalhes. Enquanto averiguavam, souberam que os supostos representantes do MS, chegaram em veículo oficial da Prefeitura, não se identificaram devidamente aos funcionários do HC e ainda retiraram do hospital ficha de plantonista, dois cartões de ponto, uma caixa de remédios e um requerimento de vistoria do Corpo de Bombeiros.

A mentira foi constatada quando os vereadores Leandro e Geada foram informados que os visitantes eram, na verdade, representantes da Associação Casa da Esperança de Cubatão (ACEC), a mesma que assumiu a gestão do Hospital São Vicente, em Jundiaí, e que segundo matéria publicada no Jornal de Jundiaí (JJ), no dia 6 de março, é uma instituição que passa por grandes dificuldades financeiras. Diante do apurado, os vereadores Tonico (PP), Jura (PV) e Betinho (PSDC), além de Leandro e Geada se reuniram com funcionários da administração do HC para ter mais detalhes.


Indignação
Na tribuna, Bizetto mostrou-se indignado pois "o secretário faltou com a verdade comigo e perante essa Casa de Lei e até mesmo ao prefeito", afirmou. Ele ponderou, ainda, que pela função que ocupa "não havia necessidade desta situação, uma vez que o secretário pode, a qualquer momento e a qualquer hora, entrar e sair do hospital com quem ele quiser, bem como retirar qualquer documento".

Para Leandro, outro fator que culminou com a moção de repúdio foi a tentativa de eximir a Prefeitura da responsabilidade de gestão do hospital quando fixou uma faixa na frente do hospital -já retirada- alegando que qualquer reclamação tinha de ser feita diretamente à empresa gestora. A atitude causou estranheza ao vereador pois, em audiência pública realizada no dia 28 de fevereiro, o próprio secretário afirmou "com todas as letras que a Humanitas atende ao contrato", recordou o vereador.


Ineficiência
Leandro protestou contra a ineficiência do atual secretário que "ao invés de arregaçar as mangas e resolver a situação da saúde no município ele está fazendo o inverso". Ele justificou a afirmação citando ações como reduzir a carga horária do doutor Marcos Jessé que caiu de 760 atendimentos mensais para 130, uma vez que passou a prestar atendimento apenas duas vezes por semana ao invés de cinco.

Ainda segundo o vereador, a "Humanitas quer contratar três ginecologistas para o Hospital de Clínicas, o secretário Antenor não quer". Ele citou, também, que o hospital municipal tem capacidade para realizar 90 cirurgias de média complexidade. Contudo, "somente no mês de março o secretário autorizou 13 cirurgias", afirmou Leandro.


A redução de atendimento no setor de Ortopedia, a falta de remédios e o aumento dos mandados de segurança para fornecimento de remédios, próteses, exames etc aumentaram consideravelmente.


Apoio dos pares
Bizetto enfatizou que sua motivação é contribuir com o prefeito municipal para garantir que a população seja atendida em suas necessidades básicas. Contudo, alertou que, "se tiver que cobrar alguém, eu não amarelo. Vou subir aqui e vou cobrar", concluiu.

A vereadora Maria Paranhos (DEM), como secretária da Comissão Permanente de Saúde, justificou que acredita no motivação do atual prefeito em fazer cumprir as propostas de campanha, mas ressaltou que "a saúde não pode esperar colocar Campo Limpo nos trilhos", numa referência ao discurso de campanha adotado pelo prefeito José Roberto.


O vereador Adalberto da Silva, Betinho (PSDC), presidente da comissão de Saúde, endossou o repúdio do vereador Leandro e conclamou: "Vamos fazer esse hospital funcionar". Rogério Borges, Borjão (PPL), chegou a assumir uma mea-culpa e lembrou que ouviu o comprometimento do prefeito em cumprir o plano de governo.

Segundo ele, "a primeira coisa que iria resolver, era a questão de saúde". Em protesto contundente, ele emendou: "Eu não vi ele fazer nada!". Borjão foi além e também denunciou a composição do secretariado que parece contar com pessoas que não têm compromisso com a cidade.

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