quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Homenagem ao sempre amigo Rogério Borges

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Na abertura da 34ª sessão ordinária da 12ª Legislatura, foi observado um minuto de silêncio em memória do vereador Rogério Borges. Uma moção foi endossada por todos os vereadores e Leandro Bizetto referiu-se ao saudoso legislador como "sempre vereador e amigo". Na sequência leu uma homenagem  que segue abaixo. 


"Homenagem ao sempre amigo Rogério Borges

Existem momentos que se nos fosse dado o direito de escolher, jamais iríamos querer viver. Por mais que tenhamos claro que vida e morte se combinam na escrita da nossa história, nunca estamos preparados para ela. Sua passagem em nossas casas jamais será bem-vinda nem mesmo quando a enfermidade já desgastou o corpo de alguém que amamos. Quando ela invade nossas portas, levando uma pessoa ainda no fulgor da idade, aí, precisamos recorrer com muita fé a Deus de modo a não nos desesperarmos.

O dia 7 de agosto entrou para a história da minha vida. Infelizmente, não pelas flores, mas pelas dores. Era pra ser apenas mais um dia agradável. Isso porque tive o privilégio de almoçar e passar algumas horas ao lado de Rogério Borges. Estivemos juntos em um restaurante da cidade. Ele, o advogado Cléber Bueno e eu. Entre uma porção e outra falamos de tudo. No nosso papo, o meu casamento que se aproxima. Os nossos filhos, ele com dois e eu também. Nossas mulheres, desde mães, a irmãs e aquelas por quem fomos escolhidos, para vivermos juntos até quando Deus permitir. Enfim, nosso assunto era a vida e tudo que ela nos reserva.

Evidentemente, o tema mais presente foi a cidade. O nosso povo, seus anseios, seus sonhos, suas necessidades, que uma vez apresentadas a nós se tornam nossas bandeiras de luta. No começo desta Legislatura não tinha com o Borjão a proximidade que construímos ao longo dos brevíssimos 20 meses. Ele nunca escondeu que não era o homem mais simpático ao partido que faço parte. Entretanto, Borjão sabia separar a coisa pública das questões pessoais.

Era pra este dia terminar como mais uma quinta-feira agradável. Mas, infelizmente, fui duramente golpeado pela notícia que, num primeiro momento, recusei-me a acreditar. Recebi algumas ligações, sem confirmações. Fiz outras, sem sucesso. Por fim, fui ao Hospital de Várzea Paulista. Lá, vi o que não gostaria de ter visto: meu amigo de parlamento já sem vida.

Toda a alegria vivida horas antes, agora, já era passado que só podia ser revivido no vasto mundo da memória. Foi um momento de ter um filme projetado em minha mente. Um verdadeiro longa-metragem que se passou em alguns milésimos de segundos. 

Diante de seu corpo inerte não tinha como não vê-lo de pé. Intenso. Forte. Recordei vários discursos. Pela memória, voltei a alguns lugares onde estivemos juntos para conversar sobre nossa cidade. Ultimamente, era seu assunto preferido. Afinal, era um soldado sem armadura, cuja vitória não seria aniquilar ninguém, mas fazer vencer a muitos.

Hoje, infelizmente, estamos aqui apenas para recordar sua existência física. É o imponderável, palavra que nos marcou nos últimos dias tanto em escala municipal quanto nacional, com a perda do ex-governador pernambucano e candidato à presidência Eduardo Campos. Nos dois lutos a mesma queixa: morte trágica de dois homens brilhantes, ainda jovens, que tinham muito a contribuir com a nação. Mas nos dois lutos, uma mesma convicção: guardamos uma semente. Resta-nos regá-la para que cresça e dê muitos frutos.

Os mistérios entre o céu e a terra, que são muito maiores do que podemos imaginar, nos impuseram a separação. Aos munícipes, que transcenderam a função de eleitores, comportaram-se como amigos que perdem um tesouro, meu pedido é que não esmoreçam. Se pudesse falar, Borjão nos diria para não desanimarmos. Pediria para que ficássemos mais firmes e unidos de modo a nos tornarmos mais fortes.

À família, estendo nesta noite o meu mais sincero desejo de que sejam consolados e fortalecidos para prosseguir a jornada de agora em diante. Desejo a Maria José Borges, esposa dedicada, que Deus multiplique suas forças para educar aos belos filhos Renan e Mateus. Na pessoa do pai Wandanir e da mãe Maria de Lourdes, estendo aos demais familiares o meu desejo de que as lições aprendidas com a breve vida do nobre membro desta família não sejam esquecidas. Que seus passos sejam imitados, multiplicados. 

Tenho certeza que a sua luta não foi em vão. A morte calou a sua voz, mas não pode aniquilar os seus sonhos. Que Deus nos fortaleça, guarde e abençoe a todos. Muito obrigado."

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